Pesquisas
Efeito da urbanização na qualidade d’água e nos processos biogeoquímicos da interface continente Oceano do Estado de Santa Catarina.
Descrição: A crescente urbanização de áreas próximas ao mar é a principal causa de alterações no ambiente costeiro e tem incitado diferentes estratégias de ações regionais e globais. Os aumentos acima dos níveis naturais nas concentrações de nutrientes inorgânicos e da matéria orgânica dissolvida são as formas mais graves e comuns de perturbação afetando os recursos hídricos costeiros. A eutrofização, em particular, é reconhecida como uma das formas de poluição capaz de levar ao colapso sistemas costeiros inteiros. Este projeto visa monitorar as entradas e transformações da matéria nos rios costeiros de SC e a eficiência de exportação para o mar.
Zona morta na Lagoa da Conceição, Santa Catarina, processo de formação e seu efeito sobre a cadeia alimentar.
Descrição: As zonas mortas na região costeira do planeta aumentaram exponencialmente a partir da década de 60, resultando na alteração significativa da funcionalidade dos bens e serviços dos ecossistemas marinhos, como o lazer e os recursos pesqueiros e genéticos. Hoje, mais de 400 sistemas no mundo, incluindo a Lagoa da Conceição, apresentam zonas mortas, são 245.000 km2 no meio marinho que sofrem com a perda da biodiversidade, a mortalidade excessiva de organismos marinhos e a alteração da cadeia alimentar. Os eventos de anôxia na Lagoa da Conceição (SC) estão relacionados com a acentuada estratificação salina da coluna d água e com o aumento da densidade de bactérias heterotróficas nas águas de fundo durante o outono-inverno. Este ecossistema é caracterizado por uma cadeia alimentar fitoplanctônica, porém a formação da anôxia favorece o domínio rápido da cadeia microbiana no fluxo de energia do ecossistema. Este processo deve alterar a produção secundária, aumentando as perdas de biomassa e de energia ao longo da cadeia alimentar e diminuindo o estoque pesqueiro. A eliminação da zona morta é fundamental para o restabelecimento da comunidade aeróbica, como os invertebrados e peixes marinhos, e para a manutenção da cadeia alimentar do ecossistema. Compreender o processo de formação e evolução da zona morta na Lagoa da Conceição e relacioná-la aos fluxos de energia e matéria da cadeia alimentar é imprescindível para avaliar o efeito da urbanização nos bens e serviços oferecidos por este ecossistema. Este estudo tem como hipótese que a formação da zona morta na Lagoa da Conceição: i) altera a base da cadeia alimentar deste ecossistema, de fitoplanctônica para bacteriana; e ii) ocorre em condições de calmaria, em eventos climáticos leves, e se rompe sob eventos climáticos extremos, quando a água marinha carreia oxigênio para a água de fundo do sistema ou quando ocorre a homogeneização da coluna d água.
Biodiversidade das lagoas costeiras do Estado de Santa Catarina: avaliação atual, aplicação ao gerenciamento costeiro e ao monitoramento ambiental frente às mudanças ambientais globais.
Descrição: A indiscriminada atividade humana tem gerado uma massiva extinção de espécies em todos os biomas marinhos e terrestres do planeta. Destes, os ecossistemas costeiros têm sofrido as maiores perdas da biodiversidade e de seus bens e serviços, sem expectativa de redução destes prejuízos ambientais para o próximo século. A crescente urbanização de áreas próximas ao mar é a principal causa de alterações no ambiente costeiro e tem incitado diferentes estratégias de ações regionais e globais. As lagoas costeiras são formações geologicamente recentes e apresentam estrutura geomorfológica altamente diversificada, caracterizadas como corpos de águas rasas, semi-fechados e com permanente ou efêmero contato com o mar aberto. Em uma escala global, as lagoas costeiras margeiam cerca de 13% da zona costeira e na América do Sul esta relação é de 12 %. Apesar desta importância, estudos nas lagoas costeiras brasileiras ainda são escassos. O conhecimento sobre as lagoas do Estado de SC corresponde ao cenário nacional, sendo limitadas a alguns sistemas. Em SC, os estudos estão limitados aos ecossistemas da Lagoa da Conceição, Lagoa do Peri, Lagoa de Ibiraquera e Complexo Estuarino de Laguna. Porém, estes estudos não apresentam consonância entre a funcionalidade do ecossistema e a biodiversidade de organismos de diferentes níveis tróficos. Este projeto pretende gerar um conhecimento amplo sobre a biodiversidade e funcionalidade das lagoas costeiras do Estado de Santa Catarina, promovendo estratégias de conservação multidisciplinares com base no conhecimento científico. Acesso a página do projeto.
Diversidade das comunidades planctônicas associadas aos ciclos biogeoquímicos da zona eufótica nas ilhas oceânicas e no gradiente latitudinal entre o Arquipélago de São Pedro e São Paulo e a Ilha da Trindade (PlanCZEu).
O plâncton é formado por organismos microscópicos, incluindo vírus, bactérias, protistas e pequenos organismos multicelulares que, além de produzirem metade do oxigênio do planeta por meio da fotossíntese, atuam como sumidouros de carbono, influenciam no clima e formam a base da cadeia alimentar de peixes e mamíferos marinhos.
Tendo em vista a importância desses seres microscópicos para o equilíbrio e funcionamento dos ecossistemas marinhos, o projeto PlancZEu (Plâncton da Zona Eufótica) visa a análise da dinâmica das comunidades planctônicas das ilhas oceânicas brasileiras – Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), Martim Vaz e Trindade – assim como da região marinha as separa, relacionando os dados de biodiversidade e distribuição com os ciclos biogeoquímicos do carbono e nitrogênio e com as características físicas da coluna de água. Acesso a página do projeto.
Análise quali-quantitativa dos resíduos sólidos nos ecossistemas marinhos-costeiros de Santa Catarina.
TCC de Mariana Vandressen, Abundancia de micro plástico marinho superficial entre a região de Santa Catarina e Rio de Janeiro, Brasil e projeto de pesquisa voluntário de Nina Schläpfer, Influência das áreas de acesso na variação quali-quantitativa do resíduos sólidos na praia da Joaquina, Rio Tavares, Campeche e Morro das Pedras (Florianópolis, SC).
Nota-se maior contribuição de poluentes e elementos de origem antrópica com o avanço da urbanização, gerando aumento na produção e descarte de resíduos, que podem vir a ser descartados no ambiente costeiro e marinho. Estudos revelam que os plásticos são os resíduos de origem antrópica mais comumente encontrados nos oceanos, sendo considerados uma das contaminações mais críticas para estes ambientes. Espera-se obter resultados quantitativos quanto a distribuição destes resíduos no ambiente marinho e possíveis fontes de origem destes materiais.